CP4 - DR 1 A 4
PROCESSOS IDENTITÁRIOS
A identidade é uma das grandes questões, não só da Antropologia, uma ciência historicamente recente, mas também das restantes Ciências Sociais como a Filosofia ou a História. Desde o dia em que o indivíduo se autoconhece como ser comunicante, que povos encontram povos e desse encontro resulta construções e delimitações de poder territorial, político, económico Os acontecimentos da vida de cada pessoa geram sobre ela a formação de uma lenta imagem de si mesma, uma viva imagem que aos poucos se constrói ao longo de experiências de trocas com outros: a mãe, os pais, a família, os parentes, os amigos de infância e as sucessivas ampliações de outros círculos de pares, ou seja, outros sujeitos empossados dos seus sentimentos, outras pessoas investidas de seus nomes, posições e regras sociais de atuação, começando assim, o relacionamento entre pessoas ou grupos, sejam eles nacionais, regionais, étnicos, culturais, linguísticos ou religiosos.
Os papéis sociais são impostos ao indivíduo, desde o seu nascimento e assumidos pelo mesmo, na medida em que este se comporta de acordo com a expectativa da sociedade. Por exemplo, perante os meus pais eu comporto-me como filho e na presença da minha filha me relaciono como pai.
Enquanto criança adquiri uma série de valores, que foram sendo moldados consoante a idade foi evoluindo, criando assim a minha identidade pessoal. Todos nós temos um nome, todos nós temos um rosto, todos usamos uma língua, todos temos uma nacionalidade, todos em determinado momento fomos alunos, todos e cada um de nós adultos, exerce ou exerceu já uma atividade profissional, todos temos algo que nos distingue dos outros e que ao mesmo tempo nos aproxima para que nos sintamos parte de um grupo de uma sociedade. Todos nós em momentos determinados da nossa vida nos interrogamos sobre quem somos.
Os racistas definem uma raça como sendo um grupo de pessoas que têm a mesma ascendência, pertencem a um tronco comum e apresentam características em comum com os membros da mesma espécie. Diferenciam as raças com base em características físicas como a cor de pele e o aspeto do cabelo. Investigações recentes provam que a “raça” é um conceito inventado. A noção de “raça” não possui qualquer fundamento biológico.
Não há nenhuma prova científica da existência de raças diferentes. A biologia só identificou uma raça: a raça humana. Assim é frequente ouvir-se: “Trabalho é bom para o preto”, “Fazer uma ciganice”, “Ele é preto, mas inteligente”, entre outros. Outras vezes, as expressões embora ditas com a maior naturalidade, patenteiam um racismo bem evidenciado. O racismo e a xenofobia nascem na ignorância e na cobardia. O racismo e xenofobia são exclusão, e dessa exclusão, negação do outro, de todos os outros, de cada um de nós, nasce a necessidade de ser mais forte esta solidariedade. Depende única e exclusivamente da mente de cada um, começou porque o permitimos, continua porque assim o queremos e acabará quando todos nos mentalizarmos que este tipo de preconceito só degrada a relação com o outro. Embora Portugal seja considerado "um país de brandos costumes", o racismo existiu e ainda continua a existir no nosso país. No entanto, não podemos dizer que Portugal é um país racista, podemos sim afirmar que ainda existe algum preconceito face às minorias étnicas na mente de muitos portugueses. Convém acrescentar que, no meu caso pessoal, fosse pela minha parte ou pela parte de outra ou outras pessoas, nunca me deparei com atos racistas ou xenófobos graves, todavia, e desde que os fluxos migratórios vindos do leste, invadiram o nosso mercado de trabalho, senti por parte de entidades empregadoras um aproveitamento dessa mão-de-obra, o que no meu caso pessoal, veio inflacionar o meu salário mensal.
CP 4 - DR 1-4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS- HUMBERTO SANTOS.pdf (480,3 kB)